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miércoles, 1 de octubre de 2014

Guia prática: tipos de porta bebê

Quantos pares de sapatos você tem?

Se você tivesse que escolher UM único par de sapatos da sua sapateira, qual escolheria para seu dia a dia?

Se você vai a uma sapateria e pergunta “Eu não tenho sapatos e preciso comprar um par, qual seria o melhor de todos para mim, por favor?”

 

Com os porta bebês acontece algo parecido... Cada tipo de porta bebê é mais indicado para uma fase do bebê, para um tipo de clima, para umas atividades ou melhor para outras, para usar de lado ou melhor de costas, para... Enfim, não existe um tipo de sapato objetivamente “melhor” que outro. Para um personal trainer, talvez o mais indicado, se tivesse que escolher apenas um par de sapatos para o dia a dia dele, seria um tênis. Já eu prefiro, para meu dia a dia, umas havaianas. E minha amiga Marta, advogada, não poderia prescindir de um sapato social no dia a dia dela. E mesmo assim, tanto eu, quanto o personal trainer quanto a advogada Marta, temos uma variedade na sapateira que nos permite mudar de sapatos segundo a atividade que vamos realizar esse dia, o frio ou calor que esteja fazendo, etc.

De igual forma, vou ter porta bebês mais indicados para um recém nascido, para crianças de mais idade, para fazer uma caminhada mais demorada ou para descer rápido do carro na padaria, comprar uns pães com o bebê e voltar para casa. Não quero usar o mesmo em um dia de chuva que um dia de calor sufocante.

O ideal, em realidade, se somos usuários de porta bebês habituais, seria ter uma variedade suficiente como para podermos usar em cada ocasião o que melhor se adapte as nossas necessidades desse dia. No final das contas... quantos pares de sapatos temos? “Mas é porque usamos sapatos todos os dias”. Pois é, e quantos dias, durante quantos anos, vamos carregar nossos filhos no colo? Não é melhor fazê-lo da forma mais confortável e apropriada possível em cada ocasião?

Se escolhemos um porta bebê fino, fresco, porque moramos num país quente, talvez vai chegar um dia em que ele não aporte suficiente sustentação a um bebê já maior. Porém se escolhemos um porta bebê mais prático na hora de amarrar, não vamos poder usá-lo durante os primeiros meses com nosso bebê sem comprometer o desenvolvimento fisiológico dele. E um mais rápido de usar? Pois é, mas dai o tipo de amarração que permite não distribui o peso de forma simétrica. Então, vamos lá saber mais de cada um?

Dentro dos porta bebês ergonômicos existe uma variedade muito grande, e cada tipo de carregador é mais indicado para uma fase, clima, atividade ou preferências inclusive estéticas do portador. Aqui vai, então, uma guia para lhes ajudar a escolher. Mas lembrem-se, a melhor forma de escolher é sempre se ajudando de uma boa assessoria e depois de experimentar em pessoa o porta bebê com seu filhote.

Antes de começar, advertimos que é imprescindível, sempre, verificar que estamos cumprindo todas as normas de segurança para carregar um bebê em qualquer tipo de porta bebê, que podem ver explicadas neste vídeo: 

https://www.youtube.com/watch?v=vNS6-8u6Ag0#t=529


1. Wrap (tanto elástico quanto tecido):

Wrap sling
-Desde o primeiro dia até etapas mais avançadas
-Respeita a posição fisiológica do bebê à perfeição
-Carrega o peso de forma simétrica no nosso corpo, distribuindo peso em ombros, costas, quadril...
-É o porta bebê mais versátil, permitindo uma numerosa variedade de amarrações, tanto na frente, quanto de lado ou nas costas.
-Existem wraps de diversos tamanhos, tanto para pessoas diferentes quanto para amarrações também diferentes (e que não sobre ou falte pano, dependendo do nó).
-É necessário aprender a usá-lo bem, e caprichar na amarração.
-Permite as posições fisiológicas de sapinho e de berço/amamentar.

Wrap elástico
1.1. Wrap elástico (de malha de algodão com elastano, nunca viscolycra e afins):

-Perfeito para recém nascidos pelo aconchego e a suavidade do tecido (sensação quase de útero).
-Só com ele podem se fazer pré-amarrações, o que ajuda a quem se sente inseguro de amarrar com o bebê no colo
-Mesmo não pré-amarrando, tensionar o wrap é mais fácil com o elástico, exige menos técnica.
-Por ser elástico, deixa de dar uma sustentação adequada quando o bebê tem um certo peso/tamanho/movimentação (geralmente serve durante o primeiro ano).
-Geralmente são mais estreitos, então para certas amarrações (especialmente as de tipo canguru, e com bebê já algo maiores) devemos tomar especial cuidado, tratando de cruzar depois as alças sob o bumbum do bebê para reforçar a amarração e que o assento não se desfaça.
-É algo mais quente que, por exemplo, um wrap tecido.

1.2. Wrap tecido (de sarja cruzada, não de malha de algodão ou similares!):

Wrap tecido
-É um porta bebê “para sempre”: desde o primeiro dia até... sempre! Práticamente qualquer idade/peso/tamanho.
-Costumam ser de algodão ou outras fibras naturais, portanto é mais fresco.
-Permite todas as amarrações com bebês de qualquer idade.
-Requer de mais capricho e técnica na hora de tensionar/amarrar.
-É mais fresco que o wrap elástico.
-Podemos fazer outros usos dele: usá-lo de rede para o bebê, de balanço para crianças ou adultos, usá-lo no trabalho de parto para nos pendurar nele e aliviar o peso ou para segurar e puxar durante o expulsivo...

2.Sling (de argolas, com argolas adequadas)

-É o “coringa” dos porta bebês. Ótimo como porta bebê de apoio, quando já temos outro que distribua melhor o peso, ideal para certas ocasiões.
Sling de argolas
-Desde o primeiro dia até “sempre” também.
-Permite carregar na frente, de lado e nas costas.
-Permite as posições fisiológicas de sapinho e de berço/amamentar.
-Quando dominada a técnica, é rápido e fácil de colocar (portanto ótimo para fases em que a criança já anda, porém cansa rápido, e pede colo picadinho e constante. Esse sobe e desce permanente fica mais fácil e confortável se usamos um sling de argolas).
-É fresco.
-Carrega todo o peso em um ombro só (cuidado quem tiver dor ou lesões na coluna).
-Ideal para bebês pequenos que ainda não pesam muito ou para usos não prolongados.
-Tem que fazer muito bem a bolsa sob o bumbum (fundamental para o bebê ficar bem sentadinho no tecido e para não cair por baixo, pois não tem um “X” que o impeça) e caprichar na tensão preguinha por preguinha para uma sustentação adequada.

3. Mei Tai

Mei Tai
-Ideal a partir do momento em que o bebê já senta por si só (tem controle da coluna), por volta dos 4-6 meses, pois é um carregador que não permite tensão preguinha por preguinha e, portanto, não oferece a sustentação ideal a cada vértebra.
-Distribui o peso em ombros, costas e quadril.
-Conforto similar a um wrap, sendo mais rápido e prático para colocar/amarrar.
-Facilita o momento de carregar o bebê/criança nas costas.
-Geralmente, segundo a largura da base do corpo, permite carregar crianças de até 3 anos. Porém, se ele é mais largo e ainda da uma boa sustentação de joelho a joelho, pode servir para crianças maiores.
-Costumam ser de dupla face.
-São frescos por estar mais arejado nas laterais do que um wrap.
-Permite carregar na frente, de lado e nas costas, na posição de sapinho.

4. Canguru ergonômico

Canguru ergonômico
-Ideal a partir do momento em que o bebê já senta por si só (tem controle da coluna), por volta dos 4-6 meses, pois é um carregador que não permite tensão preguinha por preguinha e, portanto, não oferece a sustentação ideal a cada vértebra.
-É o mais prático e rápido para colocar.
-Perde capricho na tensão, com respeito a outros carregadores.
-Distribui o peso em ombros e quadril.
-Geralmente, segundo a largura da base do corpo, permite carregar crianças de até 3 anos. Porém, se ele é mais largo e ainda da uma boa sustentação de joelho a joelho, pode servir para crianças maiores.
-Permite carregar na frente e nas costas.

5. Pouch

-Não é ideal por não permitir ajuste/tensão
Pouch
-Pode ser um bom “quebra-galho” para momentos rápidos, porém sempre devemos verificar que o bebê/criança não fique inseguro dentro dele, devido a essa impossibilidade de ajuste (remetemos ao vídeo de “normas de segurança no babywearing de MamaÉ me mima).
-Permite carregar na frente, de lado e nas costas.
-Nunca usar com bebês que ainda não tem controle da coluna (geralmente a partir do 6 mês).

Existem inúmeros tipos de porta bebês, tantos quanto vocês quiser inventar, dsde que carreguem o bebê de forma segura e confortável, e você se sinta bem usando-os. Porém tem outros já conhecidos, mesmo sendo geralmente menos utilizados, como a kanga africana, o onbuhimo japonês, o podaegi coreano, o rebozo mexicano, o aguayo peruano... Ficam para outros artigos!

Rebozo mexicano
Kanga africana



Artigo de Elena de Regoyos para MamaÉ me mima
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